(Originalmente escrito para o blog Física dos Esportes)
A Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, lançou edital no início de 2010 buscando apoiar o desenvolvimento de inovações no esporte, e já vem colhendo seus frutos.
A Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, lançou edital no início de 2010 buscando apoiar o desenvolvimento de inovações no esporte, e já vem colhendo seus frutos.
Um dos projetos apoiados pela FAPERJ foi o do empresário Bruno Leonardo de Souza Christ, que propôs utilizar a tecnologia de identificação por rádio-frequência - RFID, na sigla em inglês - para o controle e acompanhamento de esportistas cíclicos, como maratonistas e ciclistas. São esportes que podem ter grande número de participantes (visto os 20.000 atletas da última São Silvestre), com muitos deles alcançando as linhas de chegada quase que simultaneamente (como ocasionalmente ocorre nas arrancadas finais de grandes provas de ciclismo), o que cria problemas para ranqueá-los e torna praticamente impossível acompanhar o desempenho de cada um dos atletas em diversos pontos ao longo da prova... ao menos até agora.
A tecnologia criada por Bruno em parceria com a Allen Informática e financiamento da FAPERJ, promete acabar com esses problemas. O atleta utilizaria no tronco, ou pulso ou até na própria bicicleta, um RFID descartável e de baixo custo, fazendo assim o seu monitoramento inclusive em multidão de outros esportistas.
O RFID utilizado por Bruno consiste num transponder, do tamanho de uma etiqueta, que emite um sinal em resposta a uma emissão de uma base transmissora. Esses aparelhos comunicam-se entre si através de rádio-frequência, que faz parte do espectro eletromagnético, da mesma forma que a luz visível, o raio-X e o microondas. Todas elas viajam a velocidade da luz e diferenciam-se entre si apenas pelo seu comprimento de onda, como se diferenciam cada uma das cores que nosso olho consegue distinguir. Essa é uma definição mais ampla sobre o que é a luz, e que costumamos nos referir apenas como aquilo que conseguimos enxergar, que, na realidade é a sua menor parte.
Assim, a rádio-frequência também é luz, e viaja a 300.000 Km/s (com essa velocidade se daria sete voltas e meia em torno na Terra em apenas um segundo). Essa é outra vantagem do método de medição utilizado por Bruno, pois possui atraso de medida apenas referente ao tempo de resposta do equipamento, o que é desprezível. Tecnologia similar já é utilizada, por exemplo, em painéis de carros para o pedágio automático, ou em equipamento anti-furto, pois cada RFID é capaz de ter um único número de identificação.
A proposta de Bruno é colocar série de bases transmissoras ao longo da prova e colher, para cada atleta, os tempos e distâncias percorridas, permitindo fazer uma análise rigorosa de seu desempenho. Já foram realizados testes em competições, sendo o resultado satisfatório tanto a Bruno como para os atletas e organizadores do evento. O objetivo agora será convencer outros organizadores a testar a idéia e, quem sabe, até chegar nas Olimpíadas de 2014!
Pessoalmente, acredito nessa ideia.
A ideia é boa e necessária, Rodrigo, mas a "etiqueta" precisaria ser colada bem firme no esportista, para evitar que os trapaceiros transformassem as provas em "corrida de arremesso de etiquetas". Beijos!
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