domingo, 30 de outubro de 2011

As Melhores Fotos em Astronomia - 4/5

Na jornada pela seleção de minha fotos astronômicas preferidas, acabamos de sair do sistema solar e nos dirigimos ao meio interestelar. Dispus as fotos mantendo uma relação de distância, ou seja, primeiro as que estão mais próximas à Terra e depois as mais distantes. Confesso minha incapacidade de selecionar apenas uma como preferida. Divirtam-se!

Primeira imagem de um exoplaneta: Em 2008, depois de oito anos em busca de imagens, os astrônomos Paul Kalas e James Graham conseguiram captar, com uma câmera do telescópio espacial Hubble, as primeiras fotografias de um exoplaneta, situado a 25 anos luz do Sistema Solar. O planeta foi batizado de Fomalhaut b. Créditos: NASA, ESA and P. Kalas.

Pleiades pelo Hubble: No céu noturno poucas coisas chamam mais atenção que este aglomerado aberto, o mais próximo da Terra, há 440 anos luz. As "sete irmãs" são apenas as mais brilhantes de mais de mil estrelas que fazem parte do aglomerado, fracamente ligadas por atração gravitacional. Todas têm aproximadamente a mesma idade, pois tiveram origem na mesma nuvem molecular. Percebe-se certa nebulosidade à volta das estrelas, proveniente de luz refletida por poeira que o aglomerado está a passar enquanto cumpre sua órbita em torno na Via Láctea.


Pleiades pelo Spitzer: O telescópio espacial Spitzer foi lançado em 2003 e detecta luz (radiação) infravermelha, isto é, calor. Tudo na natureza emite calor, o que permite ao Spitzer observar objetos muito mais frios que estrelas ou que seriam ofuscados por seu brilho, como por exemplo, poeira. Aqui a poeira do meio interestelar foi  colorida artificialmente (uma vez que não se pode falar da cor de uma luz que não vemos) com tons de vermelho e amarelo onde a nuvem está mais densa e em verde onde está menos densa.

Nebulosa Olho de Gato: É certo que astrônomos olham para o céu muito mais como o Timão. Me faço entender:

Pumba: Timão?
Timão: Sim?
Pumba: Alguma vez te perguntaste o que são aqueles pontos luminosos lá em cima.
Timão: Pumba, não me perguntei. Eu sei.
Pumba: Sim? O que são? 
Timão: São vagalumes! Vagalumes que ficam grudados naquela coisa redonda lá encima. 
Pumba: Eu sempre pensei que fossem bolhas de gás explodindo a milhões de quilometros daqui... 
Timão: Pumba, tudo para você são gases... 

Hilário!
Pode parecer uma contradição dizer que astrônomos olham o céu muito mais do ponto de vista do Timão, mas é no seu relato que está a poesia, e quem seria louco para dedicar uma vida para olhar só para "bolhas de gás explodindo a milhões de quilômetros"?  Procura-se por muito mais mais que isso, nessa profissão sempre me pareceu tão romântica.

Nessa foto temos um excelente exemplo de poesia, pois a nebulosa NGC 6543 é conhecida como Olho de Gato, e está a 300 anos luz de distância da Terra. Ela é um glorioso final de vida de uma estrela que foi semelhante ao Sol. A estrela no centro da nebulosa teria perdido suas camadas exteriores numa sequência de "convulsões", dispondo, assim, o gás numa série conchas concêntricas com 0.5(!!) ano-luz de diâmetro. Este processo ainda não é bem entendido, mas espera-se que esse seja o destino do Sol em cerca de 5 bilhões de anos. Créditos: NASAESAHEICThe Hubble Heritage Team (STScI/AURA).


Rígel e a Nebulosa Cabeça da Bruxa: Rígel, a sexta estrela maior brilho aparente no céu da Terra,está ao centro da Terra, enquanto a nebulosa Cabeça da Bruxa abaixo e a esquerda. Acredita-se que esta nebulosa seja o gás remanescente de uma supernova. A tonalidade da imagem é azul pois a poeira reflete mais eficientemente a luz azul que a vermelha, mesmo fenômeno que explica que o céu da Terra seja azul, apesar de a nossa atmosfera ser basicamente formada de nitrogênio e oxigênio, enquanto na nebulosa há muito monóxido de carbono. Está a 800 anos luz da Terra. Créditos: Rogelio Bernal Andreo.

Grande panorama da Nebulosa de Eta Carinae: Em comemoração ao aniversário de 17 anos de lançamento do Telescópio Espacial Hubble (2007), o centro da Nebulosa de Eta Carinae foi registrado com 48 fotografias em falsa cor de alta resolução, que de ponta à ponta cobre 50 dos 300 anos luz da nebulosa. Vermelho corresponde a emissões de enxofre, verde de hidrogênio, e azul de oxigênio. A estrela Eta Carina é a mais energética da nebulosa e foi uma das brilhantes do céu por volta de 1830, quando então diminuiu dramaticamente seu brilho. Está a uma distância estimada entre 6.500 e 10.000 anos luz. Créditos: NASAESAN. Smith (U. California, Berkeleyet al.Hubble Heritage Team (STScI/AURA).

Pilar da Nebulosa de Eta Carinae: No interior destes pilares estão estrelas que aos poucos o vão consumindo, enquanto utilizam-no para formação de novas estrelas que formarão um aglomerado aberto daqui a 100.000 anos (à semelhança do que ocorreu com as Pleiades). Os pontos rosa são estrelas recém formadas. Esta imagem foi divulgada em comemoração ao aniversário de 20 anos de lançamento do Hubble. Créditos:  NASAESAM. Livio e a equipe do Hubble 20th Anniversary (STScI).

Nebulosa Cabeça de Cavalo: Está a 1.500 anos luz de distância. Créditos: Marco Burali, Tiziano Capecchi, Marco Mancini (Osservatorio MTM).

A evolução da V838 Monocerotis: Quando observada pela primeira vez, em 2002, pensou-se tratar-se de uma erupção tipo nova, quando grande quantidade de hidrogênio é absorvido por uma estrela, causando grande combustão. Mas a série de fotografias acima deixa claro tratar-se de algo muito diferente: Em questão de meses a V838 Monocerotis transformou-se numa estrela com 5 vezes o raio do Sol, para a terceira maior estrala conhecida, ou seja, uma hipergigante vermelha. Está a 200.00 anos luz. Créditos: H. Bond (STScI), A. Henden (USNO Flagstaff), Z. Levay (STScI), et al., ESANASA.

Formações de poeira na Nebulosa Roseta: As formações de poeira e gás aos poucos vão passando, aos poucos, por erosão devido ao vento solar e partículas energéticas vindos de estrelas massivas na cercania. Em vermelho está o enxofre, verde o hidrogênio e azul o oxigênio. Está a 4.500 anos luz da Terra. Créditos: John Ebersole.

Detalhe da Grande nuvem de Magalhães: Em geral, é fato pouco conhecido que a Via Láctea, nossa Galáxia, tem galáxias menores satélites à nossa. Aqui uma boa ilustração de quais são elas e de onde elas sem encontram. Uma delas se chama Grande Nuvem de Magalhães, e é a região do nosso grupo local de galáxias onde está ocorrendo a mais intensa formação estelar. Em seu centro encontra-se um aglomerado com algumas das mais densas, quentes e brilhantes estrelas conhecidas, que torna toda a região visível (poeira e gás, por si só, não emitem luz). As regiões vermelhas e rosas formam-se com o choque de fótons de alta energia que ionizam o gás. Esta foto, de maio de 2010, é a mais detalhada de uma região de formação estelar. Créditos: ESO.
 
Grande nuvem de Magalhães: O português Fernão de Magalhães, a serviço da Espanha, fez a primeira circum-navegação a volta da terra. Alcançou a Terra do Fogo ao Sul e passou do Oceano Atlântico para o Oceano Pacífico, atravessando o estreito hoje conhecido como Estreito de Magalhães, em homenagem a essa empreitada. Durante a espedição Magalhães também observava o céu e, como resultado, duas nuvens facilmente vistas num céu claro no hemisfério sul chamam-se grande e pequena nuvem de Magalhães. Créditos: John P. Gleason.