domingo, 30 de outubro de 2011

As Melhores Fotos em Astronomia - 4/5

Na jornada pela seleção de minha fotos astronômicas preferidas, acabamos de sair do sistema solar e nos dirigimos ao meio interestelar. Dispus as fotos mantendo uma relação de distância, ou seja, primeiro as que estão mais próximas à Terra e depois as mais distantes. Confesso minha incapacidade de selecionar apenas uma como preferida. Divirtam-se!

Primeira imagem de um exoplaneta: Em 2008, depois de oito anos em busca de imagens, os astrônomos Paul Kalas e James Graham conseguiram captar, com uma câmera do telescópio espacial Hubble, as primeiras fotografias de um exoplaneta, situado a 25 anos luz do Sistema Solar. O planeta foi batizado de Fomalhaut b. Créditos: NASA, ESA and P. Kalas.

Pleiades pelo Hubble: No céu noturno poucas coisas chamam mais atenção que este aglomerado aberto, o mais próximo da Terra, há 440 anos luz. As "sete irmãs" são apenas as mais brilhantes de mais de mil estrelas que fazem parte do aglomerado, fracamente ligadas por atração gravitacional. Todas têm aproximadamente a mesma idade, pois tiveram origem na mesma nuvem molecular. Percebe-se certa nebulosidade à volta das estrelas, proveniente de luz refletida por poeira que o aglomerado está a passar enquanto cumpre sua órbita em torno na Via Láctea.


Pleiades pelo Spitzer: O telescópio espacial Spitzer foi lançado em 2003 e detecta luz (radiação) infravermelha, isto é, calor. Tudo na natureza emite calor, o que permite ao Spitzer observar objetos muito mais frios que estrelas ou que seriam ofuscados por seu brilho, como por exemplo, poeira. Aqui a poeira do meio interestelar foi  colorida artificialmente (uma vez que não se pode falar da cor de uma luz que não vemos) com tons de vermelho e amarelo onde a nuvem está mais densa e em verde onde está menos densa.

Nebulosa Olho de Gato: É certo que astrônomos olham para o céu muito mais como o Timão. Me faço entender:

Pumba: Timão?
Timão: Sim?
Pumba: Alguma vez te perguntaste o que são aqueles pontos luminosos lá em cima.
Timão: Pumba, não me perguntei. Eu sei.
Pumba: Sim? O que são? 
Timão: São vagalumes! Vagalumes que ficam grudados naquela coisa redonda lá encima. 
Pumba: Eu sempre pensei que fossem bolhas de gás explodindo a milhões de quilometros daqui... 
Timão: Pumba, tudo para você são gases... 

Hilário!
Pode parecer uma contradição dizer que astrônomos olham o céu muito mais do ponto de vista do Timão, mas é no seu relato que está a poesia, e quem seria louco para dedicar uma vida para olhar só para "bolhas de gás explodindo a milhões de quilômetros"?  Procura-se por muito mais mais que isso, nessa profissão sempre me pareceu tão romântica.

Nessa foto temos um excelente exemplo de poesia, pois a nebulosa NGC 6543 é conhecida como Olho de Gato, e está a 300 anos luz de distância da Terra. Ela é um glorioso final de vida de uma estrela que foi semelhante ao Sol. A estrela no centro da nebulosa teria perdido suas camadas exteriores numa sequência de "convulsões", dispondo, assim, o gás numa série conchas concêntricas com 0.5(!!) ano-luz de diâmetro. Este processo ainda não é bem entendido, mas espera-se que esse seja o destino do Sol em cerca de 5 bilhões de anos. Créditos: NASAESAHEICThe Hubble Heritage Team (STScI/AURA).


Rígel e a Nebulosa Cabeça da Bruxa: Rígel, a sexta estrela maior brilho aparente no céu da Terra,está ao centro da Terra, enquanto a nebulosa Cabeça da Bruxa abaixo e a esquerda. Acredita-se que esta nebulosa seja o gás remanescente de uma supernova. A tonalidade da imagem é azul pois a poeira reflete mais eficientemente a luz azul que a vermelha, mesmo fenômeno que explica que o céu da Terra seja azul, apesar de a nossa atmosfera ser basicamente formada de nitrogênio e oxigênio, enquanto na nebulosa há muito monóxido de carbono. Está a 800 anos luz da Terra. Créditos: Rogelio Bernal Andreo.

Grande panorama da Nebulosa de Eta Carinae: Em comemoração ao aniversário de 17 anos de lançamento do Telescópio Espacial Hubble (2007), o centro da Nebulosa de Eta Carinae foi registrado com 48 fotografias em falsa cor de alta resolução, que de ponta à ponta cobre 50 dos 300 anos luz da nebulosa. Vermelho corresponde a emissões de enxofre, verde de hidrogênio, e azul de oxigênio. A estrela Eta Carina é a mais energética da nebulosa e foi uma das brilhantes do céu por volta de 1830, quando então diminuiu dramaticamente seu brilho. Está a uma distância estimada entre 6.500 e 10.000 anos luz. Créditos: NASAESAN. Smith (U. California, Berkeleyet al.Hubble Heritage Team (STScI/AURA).

Pilar da Nebulosa de Eta Carinae: No interior destes pilares estão estrelas que aos poucos o vão consumindo, enquanto utilizam-no para formação de novas estrelas que formarão um aglomerado aberto daqui a 100.000 anos (à semelhança do que ocorreu com as Pleiades). Os pontos rosa são estrelas recém formadas. Esta imagem foi divulgada em comemoração ao aniversário de 20 anos de lançamento do Hubble. Créditos:  NASAESAM. Livio e a equipe do Hubble 20th Anniversary (STScI).

Nebulosa Cabeça de Cavalo: Está a 1.500 anos luz de distância. Créditos: Marco Burali, Tiziano Capecchi, Marco Mancini (Osservatorio MTM).

A evolução da V838 Monocerotis: Quando observada pela primeira vez, em 2002, pensou-se tratar-se de uma erupção tipo nova, quando grande quantidade de hidrogênio é absorvido por uma estrela, causando grande combustão. Mas a série de fotografias acima deixa claro tratar-se de algo muito diferente: Em questão de meses a V838 Monocerotis transformou-se numa estrela com 5 vezes o raio do Sol, para a terceira maior estrala conhecida, ou seja, uma hipergigante vermelha. Está a 200.00 anos luz. Créditos: H. Bond (STScI), A. Henden (USNO Flagstaff), Z. Levay (STScI), et al., ESANASA.

Formações de poeira na Nebulosa Roseta: As formações de poeira e gás aos poucos vão passando, aos poucos, por erosão devido ao vento solar e partículas energéticas vindos de estrelas massivas na cercania. Em vermelho está o enxofre, verde o hidrogênio e azul o oxigênio. Está a 4.500 anos luz da Terra. Créditos: John Ebersole.

Detalhe da Grande nuvem de Magalhães: Em geral, é fato pouco conhecido que a Via Láctea, nossa Galáxia, tem galáxias menores satélites à nossa. Aqui uma boa ilustração de quais são elas e de onde elas sem encontram. Uma delas se chama Grande Nuvem de Magalhães, e é a região do nosso grupo local de galáxias onde está ocorrendo a mais intensa formação estelar. Em seu centro encontra-se um aglomerado com algumas das mais densas, quentes e brilhantes estrelas conhecidas, que torna toda a região visível (poeira e gás, por si só, não emitem luz). As regiões vermelhas e rosas formam-se com o choque de fótons de alta energia que ionizam o gás. Esta foto, de maio de 2010, é a mais detalhada de uma região de formação estelar. Créditos: ESO.
 
Grande nuvem de Magalhães: O português Fernão de Magalhães, a serviço da Espanha, fez a primeira circum-navegação a volta da terra. Alcançou a Terra do Fogo ao Sul e passou do Oceano Atlântico para o Oceano Pacífico, atravessando o estreito hoje conhecido como Estreito de Magalhães, em homenagem a essa empreitada. Durante a espedição Magalhães também observava o céu e, como resultado, duas nuvens facilmente vistas num céu claro no hemisfério sul chamam-se grande e pequena nuvem de Magalhães. Créditos: John P. Gleason.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

As Melhores Fotos em Astronomia - 3/5

Neste post as oculares se afastaram do nosso lindo globo azul e atravessam o sistema solar. No próximo post teremos as estrelas e nebulosas.

Eclipse Lunar: Lua passa próximo ao centro da sombra da Terra, no eclipse lunar de 28 de agosto de 2007. O eclipse durou cerca de 90 minutos e, é claro, a Lua nunca fica completamente escura, mas reflete uma luz avermelhada, que é a cor com maior comprimento de onda. Essa mesma tonalidade é vista no nascer e pôr-do-Sol. (Saiba mais.) Crédito: Martin Pugh.
O Grande Cânion de Marte: O maior cânion do Sistema Solar faz um longo corte na face de Marte. Chama-se Valles Marineris e estende-se por mais de 3.000 Km e atinge, em alguns pontos, profundidades superiores a 8 km e largura de 600 km. Por comparação, o Grand Canyon (maior da Terra) possui 800 km de extensão, 30 de largura e 1,3 de profundidade. A origem desta formação geológica ainda é incerta, mas trabalha-se com a hipótese de a fissura ter surgido bilhões de anos atrás quando Marte esfriava. Origem esta muito diferente do Grand Canyon, que foi moldado pelo rio Colorado. (Saiba mais.) Créditos: Viking Project
Hyperion, a lua de Saturno: Descoberta em 1848 por astrônomos britânico e norte americano, recebeu o nome do titãHyperion, da mitologia grega. Em fevereiro deste ano a sonda Cassini sobrevoôu Hyperion e descobriu sua aparência semelhante a um esponja. Sua dencidade é tão baixa que pode haver um grande conjunto de cavernas em seu interior. Créditos: Cassini Imaging TeamSSIJPLESANASA


O Sol em falsa cor: Essa imagem foi tirada durante o primeiro dia de operação do satélite Stero (Solar TErrestrialRElations Observatory), que capta luz ultravioleta, logo, por não fazer parte do espectro do visível, não se pode falar de coloração para estas imagens. Em amarelo vemos as áreas do Sol com temperatura de 2 milhões de graus (k); verde, 1,5 milhão (k); azul, 1 milhão (k); vermelhor, 70 mil graus (k). (Saiba mais.Créditos: Stereo ProjectNASA


Júpiter e Ganímedes: O quão densa é a atmosfera de Júpiter? Para descobrir isso o Telescópio Hubble foi apontado para assistir o eclipse de Ganímedes por Júpiter, em abril de 2007. Enquanto Ganímedes desaparecia atrás de Júpiter, ela refletia a luz do Sol através da alta atmosfera do maior planeta do sistema solar. Ganímedes é uma das quatro luas galileanas e maior que Mercúrio e Plutão. Créditos: NASAESA,  E. Karkoschka


Saturno e seus anéis: A sonda Cassini orbita Saturno desde 2004, e nos presenteia constantemente com lindas fotografias do segundo maior planeta do sistema solar. Nesta, de 27 de março de 2004, Saturno e seus anéis ocupam quase a totalidade do campo visual da câmera. De ponta a ponta, o sistema de anéis se estende por 270.000quilômetro, mas não ultrapassa 1,5 km de espessura. Na atmosfera de Saturno o vento alcança 1.800 km/h. Créditos: Cassini Imaging TeamSSIJPLESANASA. 


Urano e luas: A Voyager 2 foi a única sonda a passar por Urano, em 1986. Este é o terceiro maior planeta do sistema solar e que pode ser visto à olho nú. Diferentemente dos planetas mais próximos, este não foi identificado pelos gregos por ter um período orbital muito grande, de 83 anos, por isso sua movimentação é de difícil percepção. Créditos: Voyager 2 TeamNASA

Netuno e Tritão: Montagem de fotos tiradas em 1989 pela Voyager 2, única sonda a visitar Netuno. Este planeta foi descoberto pela matemática, quando verificou-se que algo interferia na órbita de Urano, o planeta anterior. Calculou-se onde estaria o objeto que provocava essa interferência gravitacional e encontrou-se Netuno. É o último planeta do sistema solar e o que tem os ventos mais velozes, com 2.100 km/h. Créditos:  Voyager 2 TeamNASA

terça-feira, 17 de maio de 2011

Acompanhamento da posição de maratonista

(Originalmente escrito para o blog Física dos Esportes)


A Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, lançou edital no início de 2010 buscando apoiar o desenvolvimento de inovações no esporte, e já vem colhendo seus frutos.
Um dos projetos apoiados pela FAPERJ foi o do empresário Bruno Leonardo de Souza Christ, que propôs utilizar a tecnologia de identificação por rádio-frequência - RFID, na sigla em inglês - para o controle e acompanhamento de esportistas cíclicos, como maratonistas e ciclistas. São esportes que podem ter grande número de participantes (visto os 20.000 atletas da última São Silvestre), com muitos deles alcançand­o as linhas de chegada quase que simultaneamente (como ocasionalmente ocorre nas arrancadas finais de grandes provas de ciclismo), o que cria problemas para ranqueá-los e torna praticamente impossível acompanhar o desempenho de cada um dos atletas em diversos pontos ao longo da prova... ao menos até agora.
A tecnologia criada por Bruno em parceria com a Allen Informática e financiamento da FAPERJ, promete acabar com esses problemas. O atleta utilizaria no tronco, ou pulso ou até na própria bicicleta, um RFID descartável e de baixo custo, fazendo assim o seu monitoramento inclusive em multidão de outros esportistas.
O RFID utilizado por Bruno consiste num transponder, do tamanho de uma etiqueta, que emite um sinal em resposta a uma emissão de uma base transmissora. Esses aparelhos comunicam-se entre si através de rádio-frequência, que faz parte do espectro eletromagnético, da mesma forma que a luz visível, o raio-X e o microondas. Todas elas viajam a velocidade da luz e diferenciam-se entre si apenas pelo seu comprimento de onda, como se diferenciam cada uma das cores que nosso olho consegue distinguir. Essa é uma definição mais ampla sobre o que é a luz, e que costumamos nos referir apenas como aquilo que conseguimos enxergar, que, na realidade é a sua menor parte.
Assim, a rádio-frequência também é luz, e viaja a 300.000 Km/s (com essa velocidade se daria sete voltas e meia em torno na Terra em apenas um segundo). Essa é outra vantagem do método de medição utilizado por Bruno, pois possui atraso de medida apenas referente ao tempo de resposta do equipamento, o que é desprezível. Tecnologia similar já é utilizada, por exemplo, em painéis de carros para o pedágio automático, ou em equipamento anti-furto, pois cada RFID é capaz de ter um único número de identificação.
A proposta de Bruno é colocar série de bases transmissoras ao longo da prova e colher, para cada atleta, os tempos e distâncias percorridas, permitindo fazer uma análise rigorosa de seu desempenho. Já foram realizados testes em competições, sendo o resultado satisfatório tanto a Bruno como para os atletas e organizadores do evento. O objetivo agora será convencer outros organizadores a testar a idéia e, quem sabe, até chegar nas Olimpíadas de 2014!
Pessoalmente, acredito nessa ideia.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Física e arte: análise do quadro "Naturaleza Muerta Resucitando", de Remédios Varo

A população da Europa no sec. XVII se habituava a existência da prensa móvel, criada por Johannes Gutenberg em 1439, que retirou na igreja a monopólio sobre os livros, e via crescente sua curiosidade acerca da ciência, dos astros, da alquimia e da matemática, afinal, a pouco a Terra havia sido deslocada do centro do universo, para apenas um local qualquer no infinito do cosmo.
Foi um século de efervescência, com cafés abrigando “faculdades à centavos” entre intelectuais burgueses e homens nascidos do povo, para conjecturar a respeito da filosofia da vida e da natureza. De um desses encontros surgiu importante oposta entre dois cavalheiros, a ver quem descobriria primeiro os motivos que impulsionam os planetas a volta do Sol. Um deles, ciente da dificuldade do problema proposto, foi a procura do professor de matemática da Universidade de Cambridge: Isaac Newton, que, surpreendentemente, já tinha a resposta.

Quadro Naturaleza Muerta Resucitando, de Remédios Varo

O quadro da pintora surrealista Remédios Varo, Naturaleza Muerta Resucitando (1963), sintetiza muito da essência dessa época e de um conhecimento que foi aos poucos sendo dilapidado por Galileu Galilei, Johannes Kepler e Isaac Newton, tomando como metáfora a maçã que o jovem Newton teria visto cair de um pomar e que o fizera questionar sobre as forças que regem a gravidade.
Há controvérsias sobre a veracidade da história da maçã, que Newton apenas começou a contar após atingir idade mais avançada, mas é certo que suas ideias lançaram luz a toda ciência da época, e nova lenha aos acalorados debates científicos, o que Varo “brilhantemente” representa por uma vela no centro de uma mesa, à volta da qual giram maçãs e peras, numa coreografia com certa confusão.
A física newtoniana, pela primeira vez, escrevia equações que eram aplicáveis a fenômenos triviais, como o lançamento de projeteis, e a grandes eventos, como a órbita de planetas, criando um elo entre a física da Terra e física universal. Assim, nosso planeta nem possuía um local especial na “criação”, nem era provida de leis físicas diferenciadas.
No quadro de Varo também podemos ver uma representação da formação de um sistema solar, podendo ser o nosso ou não, visto que são as mesmas leis que regem todo o universo. No centro do sistema teríamos uma protoestrela, e à volta, protoplanetas, que continuam a crescer a partir da sua aglomeração violenta com outros protoplanetas, por não terem sua órbita desobstruída. Ainda como representação da gravidade, há o nítido movimento espiralado da toalha sobre a mesa, que imita o movimento dos planetas. Já as bordas da toalha elevam-se em direção à proestrela, representando que a gravidade continua sempre a atuar, mesmo a longas distâncias, por uma força, descrita por Newton, que se reduz com o quadrado da distância entre os corpos.

Representação artística da formação de um sistema solar
Naturaleza Muerta Resucitando foi o último quadro de Remédios Varo, que morreu em 1963. Compreender o significado do nome deste quadro implica saber que uma estrela, na verdade, nunca morre. Após completar seu ciclo de fusão e acabar o material combustível, ela se dispersa pelo universo e, eventualmente, participará de nova nuvem molecular, que irá se condensar, por manutenção do momento angular irá girar e achatar-se, e formará novas estrelas e planetas.  Assim, a natureza “morta” se reinventa, se recicla, ressuscita. (nosso próprio Sol é uma estrala de segunda geração)
(Existe outra análise desse quadro muito diferente desta, na qual a mesa representa a infância de Remédios Varo, a vela a pureza espiritual buscada pela artista, e as “frutas explodindo” os obstáculos vencidos. É interessante para ver o quanto essas obras podem ser subjetivas.
Está disponível em: http://clio.rediris.es/exilio/remediosvaro/ObrascomentadasRVaro.htm)

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Ensinando física de um modo diferente

Um pequeno diálogo criado para explicar a velocidade da luz e o que realmente observamos.

Thiago: Rodrigo, eu estava em casa lendo uma revista de ciência e uma reportagem falava que quando assistimos ao pôr do Sol, na verdade ele já se pôs. Mas como isso é possível?
Rodrigo: Sim, para os minutos finais isso é verdade. Isso acontece porque nós vemos o Sol como ele era 8 minutos atrás, quer dizer, nós nunca enxergamos como ele está agora, ou na sua real posição no céu.
Thiago: Quer dizer que o que vemos não é realmente o que está acontecendo?
Rodrigo: Pode se dizer que sim. Mas para o Sol está muito, muito distante, e isso faz com que o vejamos mais no passado do que a maioria das outras coisas.
Thiago: Então você está me dizendo que o passado e o presente existem ao mesmo tempo? Porque eu vejo no presente as coisas que estão no passado... quer dizer, eu estou no presente, certo?
Rodrigo: Tudo o que vemos está no passado,e quanto mais distante está o objeto, mais no passado ele está. Isso porque não vemos o objeto em si, vemos a luz que viaja até nossos olhos a uma velocidade finita de 300.000 km/s, o que é muito, muito rápido. Mas você é o observador, o referencial, que está a uma distância nula de si mesmo, nesse sentido você está mais no presente que aquilo que você observa, que está mais distante.
Thiago: Deixe-me ver se entendi: como a distância entre eu e mim mesmo e você e você mesmo é zero, podemos dizer que vemos um ao outro no passado, apesar de vermos a nós mesmos no presente?
Rodrigo: Como a luz viaja muito rápido, o passado e o presente se confundem quando o que observamos está relativamente próximos à nós – algumas centenas de quilômetros –, e tudo pode ser resumido ao presente. Por isso podemos dizer que nós dois vivemos no presente e nos observamos no presente, apesar de a distância até o objeto não ser zero... mas se eu estivesse na Lua e você aqui, já não poderíamos falar isso.
Thiago: Mas falamos de passado e presente, e fico me perguntando o que seria o tempo.
Rodrigo: Bem... isso já é uma outra história.

quarta-feira, 9 de março de 2011

O Pálido Ponto Azul

Para quebrar o silêncio, partilho (apesar de achar que todos já conhecem) um dos textos mais inspirados e inspiradores que já tive a oportunidade de ler:



E um dos gestos mais incríveis que já foram capturados:



Usava esse material (recitava parde do texto e projetava uma outra versão do vídeo) nas palestras de "Astronomia e Consciência Ecológica" que costumava ministrar em escolas públicas.

sábado, 29 de janeiro de 2011

EUA tentaram impedir programa brasileiro de foguetes, revela WikiLeaks

Publicado por O Globo
Por José Meirelles Passos


RIO - Ainda que o Senado brasileiro venha a ratificar o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas EUA-Brasil (TSA, na sigla em inglês), o governo dos Estados Unidos não quer que o Brasil tenha um programa próprio de produção de foguetes espaciais. Por isso, além de não apoiar o desenvolvimento desses veículos, as autoridades americanas pressionam parceiros do país nessa área - como a Ucrânia - a não transferir tecnologia do setor aos cientistas brasileiros.
A restrição dos EUA está registrada claramente em telegrama que o Departamento de Estado enviou à embaixada americana em Brasília, em janeiro de 2009 - revelado agora pelo WikiLeaks ao GLOBO. O documento contém uma resposta a um apelo feito pela embaixada da Ucrânia, no Brasil, para que os EUA reconsiderassem a sua negativa de apoiar a parceria Ucrânia-Brasil, para atividades na Base de Alcântara no Maranhão, e permitissem que firmas americanas de satélite pudessem usar aquela plataforma de lançamentos.
Além de ressaltar que o custo seria 30% mais barato, devido à localização geográfica de Alcântara, os ucranianos apresentaram uma justificativa política: "O seu principal argumento era o de que se os EUA não derem tal passo, os russos preencheriam o vácuo e se tornariam os parceiros principais do Brasil em cooperação espacial" - ressalta o telegrama que a embaixada enviara a Washington.
A resposta americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que "embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil". Mais adiante, um alerta: "Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil".
O Senado brasileiro se nega a ratificar o TSA, assinado entre EUA e Brasil em abril de 2000, porque as salvaguardas incluem concessão de áreas, em Alcântara, que ficariam sob controle direto e exclusivo dos EUA. Além disso, permitiriam inspeções americanas à base de lançamentos sem prévio aviso ao Brasil. Os ucranianos se ofereceram, em 2008, para convencer os senadores brasileiros a aprovarem o acordo, mas os EUA dispensaram tal ajuda.
Os EUA não permitem o lançamento de satélites americanos desde Alcântara, ou fabricados por outros países mas que contenham componentes americanos, "devido à nossa política, de longa data, de não encorajar o programa de foguetes espaciais do Brasil", diz outro documento confidencial.


Viagem de astronauta brasileiro é ironizada


Sob o título "Pegando Carona no Espaço", um outro telegrama descreve com menosprezo o voo do primeiro astronauta brasileiro, Marcos Cesar Pontes, à Estação Espacial Internacional levado por uma nave russa ao preço de US$ 10,5 milhões - enquanto um cientista americano, Gregory Olsen, pagara à Rússia US$ 20 milhões por uma viagem idêntica.
A embaixada definiu o voo de Pontes como um gesto da Rússia, no sentido de obter em troca a possibilidade de lançar satélites desde Alcântara. E, também, como uma jogada política visando a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Num ano eleitoral, em que o presidente Lula sob e desce nas pesquisas, não é difícil imaginar a quem esse golpe publicitário deve beneficiar.
Essa pode ser a palavra final numa missão que, no final das contas, pode ser, meramente 'um pequeno passo' para o Brasil" - diz o comentário da embaixada dos EUA, numa alusão jocosa à célebre frase de Neil Armstrong, o primeiro astronauta a pisar na Lua, dizendo que seu feito se tratava de um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a Humanidade.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Roubo de pedras lunares por estagiários da Nasa será tema de filme

Publicado por Folha.com
Por RICARDO MIOTO


A história real de como três estagiários da Nasa roubaram pedras lunares que valem milhões será agora contada nos cinemas.
O longa-metragem está começando agora a ser produzido por Scott Rudin, que também fez os aclamados "A Rede Social" e "Onde os Fracos Não Têm Vez". Ele já tem título: "Sexo na Lua".
O protagonista será Thad Roberts, estagiário da Nasa que, aos 25 anos, em 2002, conseguiu driblar os sofisticados mecanismos de segurança da agência para tomar para si as pedras recolhidas na Lua entre 1969 e 1972.
Ele contou com a colaboração de outras duas estagiárias. Tiffany Fowler, 22, que estava apaixonada por Roberts, e Shae Saur, 19.
A história do roubo realizado pelos três começa a ser melhor contada agora, em função de um novo livro prestes a ser lançado nos Estados Unidos, que deve inspirar o roteiro ainda em desenvolvimento do filme.
Primeiro eles utilizaram seus crachás da Nasa para ter acesso a uma área reservada do centro espacial.
Depois, deram de cara com uma porta que, para abrir, exigia uma senha que só gente mais importante do que eles tinha.
Eles não tiveram dificuldade, porém, para adivinhar a senha de um dos seus chefes, que tinha autorização para entrar no setor --o "password" não chegou a ser divulgado, mas, pela facilidade, pode-se supor algo como a sua data de aniversário.
Passada essa barreira, não tiveram dificuldades para ter acesso a uma pesada caixa de 600 quilos, parecida com um armário reforçado, que guardava 101 gramas de pedras lunares coletadas pelas missões Apollo.
Roberts chegou a machucar o seu braço, mas conseguiu colocar a caixa sobre um carrinho e levá-la para o seu carro --se alguém viu, não suspeitou de nada.
Os três levaram a caixa para um hotel, quando descobriram que ela exigia mais um código para abrir --e esse eles não conseguiram adivinhar. O jeito foi usar uma serra elétrica. A caixa foi serrada por horas até abrir.
O trio jogou fora os 600 quilos inúteis e guardou os valiosos 101 gramas. Muito valiosos: segundo o FBI, cada grama de pedra lunar vale entre US$ 1.000 e US$ 5.000 no mercado negro --sim, existindo oferta, até pedras lunares podem ter o seu mercado negro.
Roberts achou possíveis compradores entrando em contato com membros do Clube de Mineralogia de Antuérpia (Bélgica) --há gente com todo tipo de interesse no mundo, e foi por esse caminho que o FBI chegou aos três jovens ladrões.
Um dos membros do clube belga dedurou o esquema para os agentes americanos, que entraram então em contato com Roberts fingindo serem potenciais compradores.
Combinaram um encontro em um restaurante italiano em Orlando na Flórida, onde Roberts, Fowler e um amigo do casal foram surpreendidos pelo FBI.
Os agentes encontraram as pedras lunares no hotel onde eles estavam hospedados na cidade, resolvendo assim o caso.
Roberts, mentor do roubo, pegou quase 10 anos de prisão em uma cadeia federal, e ainda cumpre pena. Suas colegas pegaram penas menores, e já estão soltas.

Loira de olho azul

"Sexo na Lua", que deve ser o título do filme sobre o roubo das pedras lunares, é também o título do livro do escritor americano Ben Mezrich sobre o assunto.
Mezrich, cujo livro anterior já tinha sido utilizado como referência para o filme "A Rede Social", ainda está trabalhando na obra, que deve ser lançada nos próximos meses nos EUA.
"Sexo na Lua" porque ele deve dar grande atenção ao relacionamento entre Thad Roberts, mentor do crime, e Tiffany Fowler, sua cúmplice, estagiários da Nasa.
Roberts era um aluno de física da Universidade de Utah considerado brilhante. Logo que foi à Nasa, se encantou com Fowler, uma bióloga loira de olhos azuis recém-formada. Fowler também se impressionou com Roberts. "Ele era muito inteligente, muito bom em tudo", disse ao "Los Angeles Times".
Foram então morar juntos, e Roberts justificou o plano do roubo dizendo que queria "dar a Lua" à loira.
Ele levou a sério a ideia: quando foram pegos, os dois, em depoimento, contaram aos agentes do FBI que chegaram a fazer sexo em meio às pedras lunares roubadas.
Não foi o suficiente para danificar as pedras, que voltaram para a Nasa.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Menina de 10 anos descobre supernova

Fonte: Revista Galileu; 04/01/2011. 
A jovem canadense Kathryn Aurora Gray, de apenas 10 anos, se tornou a pessoa mais nova a descobrir uma supernova, segundo anunciou a Sociedade Real de Astronomia do Canadá. De acordo com a instituição, a garota localizou a supernova na constelacao de Camelopardalis enquanto observava imagens do espaço registradas pelo Observatorio Abbey Ridge no computador de sua casa. Kathryn, em entrevista à rede canadense CBC News, disse estar muito animada com a descoberta. "Eu fiquei muito feliz quando vi as imagens, mas não tinha muita certeza que era uma supernova", afirmou. A descoberta foi confirmada em seguida por dois astrônomos profissionais e encaminhada para a União Astronômica Internacional. 
Supernova é o nome dado a corpos celestes surgidos após explosao de estrelas de muita massa. Uma vez que a supernova pode ofuscar milhões de estrelas normais, ela pode ser vista com telescópios amadores. Esse tipo de formação é interessante aos astrônomos porque contém a maioria dos elementos químicos que juntos formaram a Terra e outros planetas. Além disso, supernovas distantes podem ser usadas para estimar o tamanho e a idade do nosso universo. 

As Melhores Fotos em Astronomia 2/5

Eis o segundo post das que considero as melhores fotos astronômicas. Como prometido, vamos "aos poucos" nos afastando da Terra. (Desculpas pela omissão de alguns dos créditos).


A Terra à noite: Essa imagem se tornou um fenômeno em correntes de e-mails, então você provavelmente já esbarrou com ela. As luzes noturnas são particularmente abundantes em países desenvolvidos e áreas populosas. Regiões mais escuras incluem partes da América do Sul, Ásia, Austrália e praticamente toda a África. A imagem é uma composição de centenas de fotos capturadas pelos satélites do DMSP. Pode ser encontrada em maior resolução aqui ou aquiCréditos: C. Mayhew; R. Simmon (NASA/GSFC), NOAA/ NGDC, DMSP.



Pôr do Sol visto da Estação Espacial: Em 24 horas os astronautas/cosmonautas da Estação Espacial Internacional - ISS -  vêm 16 (!!) pores do Sol. Nessa foto temos um pouco desse espetáculo, e nas diferenças das cores distinguimos algumas das camadas da fina atmosfera terrestre. Aparecendo como laranja e amarelo está a troposfera, que contém  80% da massa de ar e praticamente todas as nuvens. Acima, numa camada em azul claro e nuvens brancas está a estratosfera, onde voam os aviões e vivem algumas bactérias. Acima, em azul mais escuro, está primeiro a mesosfera e depois a ionosfera, que se dilui  gradualmente até se confundir com o vácuo do espaço exteriorCréditos: Expedition 23 CrewNASA.


Estação espacial vista de cima: A ISS é o maior objeto feito pelo homem em órbita terrestre. É tão grande que pode ser facilmente vista (se você conhecer previamente a órbita) da Terra, e com a instalação dos novos painéis solares se tornou visível inclusive durante o dia. O Brasil é país membro para a construção da ISS, tendo tido por isso o direito de enviar o brasileiro Marcos Pontes ao espaço, entretanto, até agora não construiu ou pagou por um único parafuso que esteja em órbita (li em algum lugar que o direito ao astronauta brasileiro havia sido revogado pela NASA, e por isso o governo brasileiro pagou ao governo russo para que Pontes viajasse ao espaço como fez qualquer turista espacial). CréditosSTS-130 CrewNASA.


Astronauta instala janela panorâmica: Flutuando do lado de fora da ISS está o astronauta Nicholas Patrick, instalando os últimos detalhes da Cupula, um observatório panorâmico composto por sete janelas. A Cupula faz parte do recém instalado modulo Tranquility.


Observando o lar: A astronauta Tracy Caldwell Dyson observa a Terra desde o Cupola, à 350 quilômetros de altura. A essa distância o horizonte terrestre aparece claramente curvado.


Um vôo livre no espaço: Bruce McCandless II se distanciou 100 metros (mais que qualquer outra pessoa até a época) do ônibus espacial Challenger para tirar essa fantástica fotografia, em 1984. Essa foto é capa do CD da cantora Dido, intitulado "Safe Trip Home" (2008).


Buzz observa Eagle: O astronauta Edwin E."Buzz" Aldrin Jr. olha em direção ao módulo lunar "Eagle" durante a missão Apolo 11, em 1969. Na imagem também aparece a bandeira dos EUA e um sismografo. Não aparece na fotografia, ao lado esquerdo do astronauta, o "Laser Ranging Retro-Reflector" (LR-3) que utiliza o tempo de demora da luz para retornar à Terra para medir a distância entre os dois corpos. Entretando, o LR-3 é mais comumente citato como prova definitiva da ida do homem à Lua. A foto foi tirado por Neil Armstrong. Credit: Neil ArmstrongApollo 11 CrewGRINNASA


Voltando à Terra: Os primeiros humanos a caminhar por outro mundo (Neil Armstrong e Buzz Aldrin) voam para o modulo lunar para encontrar Michael Collins. Depois da mais famosa viagem dos tempos modernos, é hora de voltar para casa. Créditos: Apollo 11NASA.


Messenger fotografa Terra e Lua: A nave espacial Messenger, que está próxima à Mércurio, fez essa linda fotografia, onde a Terra e Lua aparecem como dois pequenos círculos refletindo a luz solar.  CréditosNASA/JHU APL/CIW.


Voyager fotografa Terra: Em 14 de fevereiro de 1990 a Voyager 1 está a 6,4 bilhões de quilômetros de distância (depois da óbita de plutão!), e tira uma fotografia da Terra em que nosso mundo aparece como um "palido ponto azul". 

Carl Sagan disse algumas poesias inspirado nesssa foto:

"Olhem de novo para esse ponto. Isso é a nossa casa, isso somos nós. Nele, todos a quem amam, todos a quem conhecem, qualquer um do quem escutaram falar, cada ser humano que existiu, viveram as suas vidas. O agregado da nossa alegria e nosso sofrimento, milhares de religiões autênticas, ideologias e doutrinas econômicas, cada caçador e colheitador, cada herói e covarde, cada criador e destruidor de civilização, cada rei e camponês, cada casal de namorados, cada mãe e pai, criança cheia de esperança, inventor e explorador, cada mestre de ética, cada político corrupto, cada superestrela, cada líder supremo, cada santo e pecador na história da nossa espécie viveu aí, num grão de pó suspenso num raio de sol.
"A Terra é um cenário muito pequeno numa vasta arena cósmica. Pensai nos rios de sangue derramados por todos aqueles generais e imperadores, para que, na sua glória e triunfo, vieram eles ser amos momentâneos duma fração desse ponto. Pensai nas crueldades sem fim infligidas pelos moradores dum canto deste pixel aos quase indistinguíveis moradores dalgum outro canto, quão frequentes as suas incompreensões, quão ávidos de se matar uns aos outros, quão veementes os seus ódios.
"As nossas exageradas atitudes, a nossa suposta auto-importância, a ilusão de termos qualquer posição de privilégio no Universo, são reptadas por este pontinho de luz frouxa. O nosso planeta é um grão solitário na grande e envolvente escuridão cósmica. Na nossa obscuridade, em toda esta vastidão, não há indícios de que vá chegar ajuda de algures para nos salvar de nós próprios.
A Terra é o único mundo conhecido, até hoje, que alberga a vida. Não há mais algum, pelo menos no próximo futuro, onde a nossa espécie puder emigrar. Visitar, pôde. Assentar-se, ainda não. Gostarmos ou não, por enquanto, a Terra é onde temos de ficar.
"Tem-se falado da astronomia como uma experiência criadora de firmeza e humildade. Não há, talvez, melhor demonstração das tolas e vãs soberbas humanas do que esta distante imagem do nosso miúdo mundo. Para mim, acentua a nossa responsabilidade para nos portar mais amavelmente uns para com os outros, e para protegermos e acarinharmos o ponto azul pálido, o único lar que tenhamos conhecido."